SOMOS O(A) 108
108
Número 108, que na Índia é chamado de "Shri 108".
OShri em sânscrito significa “irradiação da luz”, “graça”, “beleza”, “riqueza”, “prosperidade”, e que por fim se tornou uma denominação semelhante ao inglês “Mister” ou ao espanhol “Don”.
O Professor Subhash Kak da Universidade Estatal de Louisiana escreveu um belo artigo sobre este número, e depois Stephen Knapp outro, com o título “108: The Significance of the number”, acrescentando mais dados de interesse. Deles, e a partir das minhas próprias reflexões, partilho com vocês as seguintes notas:
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O “Mala”, rosário hindu, é composto por 108 contas, o mesmo número simbolicamente atribuído (e também na verdade) aos Upanishads, os livros mais metafísicos da Índia. O alfabeto sânscrito é composto por 54 letras, cada uma macho e fêmea, ou seja, com o valor de Shiva e Shakti, o que dá 108 poderes
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108 Nadis ou caminhos energéticos, convergem no Chakra do Coração, que é próprio dos humanos.
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O diagrama mágico chamado Shri Yantra tem 54 “marmash” ou intersecções de 3 linhas, também com modo masculino e feminino, o que nos dá novamente 108. Também é ensinado que há 108 “marmash” no corpo humano subtil.
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Os textos hindus ensinam que existem 108 sentimentos, 36 deles associados ao passado, 36 ao presente e 36 ao futuro.
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A astrologia védica trabalha com 12 casas e 9 planetas, resultando assim novamente em 108 modalidades (12×9)
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Diz-se também, na tradição hindu, que os homens podem contar 108 tipos de mentiras, ou sofrer 108 tipos de desejos terrenos, ou ser vítimas de 108 formas de ignorância.
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Ensina-se também que existem 27 constelações associadas ao trânsito mensal da Lua, as quais se multiplicadas pelas 4 direções do espaço dão 108.
Bem, tudo o que foi dito até agora está associado à tradição hindu, religião, filosofia e cultura.
Também vemos isso em Matemática:
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108 é 3 elevado à terceira potência (ou seja 3, ao cubo) multiplicado pelo 4. Se na Matemática Sagrada o 3 representa o Triplo Logos, ou a Essência Divina, e também a Luz, e o 4 o reino da União e do Karma, simboliza assim a Luz Divina a derramar-se por toda a Natureza.
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Na divisão da circunferência por 5, o ângulo interno formado pelos lados de um pentágono nela inscrito é precisamente 108º. Se o Pentágono é o símbolo por excelência da Mente ou do Homem Cósmico (como o Adam Kadmon da Cabala), o 108 pode ser uma forma de o representar. E acima de tudo, considere que cada corpo esférico, situado à distância de 108 vezes o seu diâmetro, tem a mesma aparência ou ângulo visual da Lua ou do Sol. Com o que simbolicamente se estabelece uma espécie de relação de “distância” entre a nossa consciência e o sol espiritual ou interior. Seriam os 108 passos para chegar à Divindade, ou os 108 elos daquela Cadeia de Ouro que nos liga a ela, daí as 108 contas do rosário hindu.
Página do evento Total Eclipse Solar da NASA 2017, atualizada pela equipa globe Observer para 2019
Verifica-se que:
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A distância da Terra da Lua é de 108 vezes o diâmetro da Lua
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A distância da Terra ao Sol é 108 vezes o diâmetro do Sol
Estas duas asserções feitas pelos filósofos hindus poderiam ter sido deduzidas por trigonometria simples, mas o que é verdadeiramente surpreendente é que:
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O diâmetro do Sol é 108 vezes o diâmetro da Terra, o que nos deixa intrigados, pois parece existir uma série de verdadeira ressonância cósmica.
Templo de Phnom Bakhengis. Creative Commons
Não é assim estranho que o número 108 tenha recebido o epíteto de luz gloriosa, ou de luz radiante, e tenha merecido o respeito dos sábios hindus, e que em Angkor o templo de Phnom Bakhengis, o Monte Meru (a Montanha da Luz que liga, esotericamente, a Terra com o Sol), disponha nos seus sete níveis 108 torres que o rodeiam.